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Maricá - Itaipuaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Sou poetisa, cantora, compositora e amante das artes.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PONTO FINAL (Beatriz Oliveira)



Às vezes, a tristeza me invade a alma

E me faz tão pequena, quanto um ponto no fim de uma frase.

O ponto final.

Até escrever me leva ao fundo, enfim, toda frase tem de ter um ponto final.

Em cada um, me lembro do quão pequena eu sou, naquele momento.

Pontos finais são terroristas, embora ainda não saibam disso.

Acho que deveria haver flores ao final de cada frase.

Flores são delicadas, fáceis de fazer e denotam continuidade, vida.

Pontos finais dizem que acabou.

Não lido bem com o fim.

Por isso, detesto pontos finais.

De onde vem a tristeza, não sei dizer...

Mas a pequenez vem dela e dela também o ponto.

Às vezes decido chorar a fim de por fim à tristeza,

Ajudando-a a sair.

Mas também as lágrimas têm fim,

O que me leva de volta ao ponto... final...

Decidi que vou colocar traços no fim de cada frase -

O traço é pequeno, mas é maior que o ponto

E denota seguimento -

Sim -

Embora pequena e triste, eu sigo!

Sigo para onde o fim da tristeza finalmente chegará -

Para onde descobrirei a alegria -

Para onde encontrarei outro traço em seguimento -

E seremos dois traços, quatro braços, oito laços -

Laços de amor e companheirismo,

De paz e de pontos finais -

Afinal, o fim é inevitável -

E voltamos ao início...

Sabe? Aquela história do ponto final...

Mas se volta ao início,

Não há desperdício!

E o ponto se torna uma pausa mais longa-

Não gosto de pausas,

Mas não posso evitá-las-

Por isso eu choro-

Só por isso, e ponto final.

(19/10/06)

Um comentário:

Andreia Jacomelli disse...

Querida amiga, não se esqueça que temos uma enorme vantagem sobre o "ponto final": somos infinitamnete maiores do que ele e assim, podemos passar por cima dele, atropelá-lo e dar continuidade sempre! Linda obra, minha flor de laranjeira!