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Maricá - Itaipuaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Sou poetisa, cantora, compositora e amante das artes.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Suas Mentiras, Minhas verdades – título provisório


Se você tivesse deixado eu me aproximar

Teria gostado do meu senso de humor.

Nós poderíamos conversar

E eu o faria entender...

Nós poderíamos rir juntos e fazer coisas

Que talvez você nem imagine,

Coisas que não se aprendem no colegial.

Nós poderíamos cantar e dançar,

E brincar como crianças num quintal.

Se você tivesse me ouvido e me seguido..

Se você tivesse deixado eu lhe tocar

Teria gostado do meu calor.

Nós poderíamos nos amar

E eu o faria crescer.

Nós poderíamos delirar juntos e voar...

Mas aqui embaixo tudo de repente morreu,

O céu azul desabou, descoloriu,

As águas invadiram a minha casa,

Tudo porque você me cortou a asa...

O tempo perdeu todos os minutos e as horas passam

Como passam os insetos sobre a terra seca,

As letras do meu poema enlouqueceram

E despertaram frívolas como o olhar de uma boneca.

Que morra tudo e chore o mundo todo

Pois esta manhã a solidão se casou comigo

Depois de uma noite inteira de amor e denodo

E você nunca estará aqui pra ser o meu abrigo.

Se você tivesse aberto os olhos e erguido o véu,

Eu lhe mostraria que o mundo mente pra você

Que a santidade é uma mentira e deus sou Eu.

Que eu seria capaz de lhe amar tanto e dar-lhe o céu

Se você dissesse sim e amanhecesse um dia ao meu lado...

Se você tivesse deixado eu lhe tocar

Teria gostado do meu calor.

Nós poderíamos nos amar

E eu o faria crescer.

Nós poderíamos delirar juntos e voar...

Mas aqui embaixo tudo de repente morreu,

O céu azul desabou, descoloriu,

As águas invadiram a minha casa,

Tudo porque você me cortou a asa...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CAMINHOS SEPARADOS - Beatriz Oliveira


Meu bem, eu errei em considerar você

Pra ser o meu novo amor.

Eu quase mudei o sentimento de lugar.

Eu pensei que você valeria a pena.

Seu olhar é tão brilhante e seu beijo tão doce...

Mas você preferiu me julgar.


Eu também sou humana. Te falta sensatez.

Fantasias não correspondem à realidade.

Você nunca viajou? Nunca disse algo que não fez?

Eu tentei conversar e você achou tolice.

Eu ia explicar e ia perdoar o seu crime,

Aquele que você fez e não disse.


É muito fácil virar as costas e não resolver nada,

Simplesmente sair andando

E manter os caminhos separados.

Fazer de conta que não aconteceu nada,

Que o coração não está nem ligando

E continuar mantendo os caminhos separados.


Eu juro que ia fazer o meu melhor,

Mas você achou bom manter os caminhos separados.

E eu acho melhor assim.

Já que você não entende a natureza humana:

Que os caminhos sigam separados.

De novo, de novo e mais uma vez,

Novos caminhos separados...

terça-feira, 15 de junho de 2010

LETRAS - EL BICHO


El Bicho é um grupo musical espanhol que combina a fusão do flamenco com rumba, tango e bulerias, com dicas de jazz, rock, ritmos Africanos e do Magrebe” - Google -, ou seja uma deliciosa loucura rs rs rs.
Sou apaixonada por esses caras. A música deles me enleva. A minha raiz espanhola grita quando Miguel Campelo canta e meu corpo arrepia inteiro.
Mas uma notícia me deixou pensativa, na razão de ser das coisas, mais uma vez, na questão do que se faz ao que é bom e do valor que se dá ao que não é bom nessa nossa cultura ou falta dela: o grupo vai parar. Não deram motivo. Só disseram que precisam de um tempo e que talvez algum dia voltem a se reunir.
Fica uma tristeza profunda em mim e a certeza, ainda maior, de que a cultura e a beleza das artes está mesmo a ir para o esgoto.
Com as minhas lágrimas, uma sincera homenagem a El Bicho.


domingo, 6 de junho de 2010

Mais de Mim (Beatriz Oliveira)



Fui adentrando a floresta escura e densa
Na fuga de mim mesma e à busca de outro eu.
Passei a vida sob os galhos, as sombras e copas,
Entre os espinheiros, lamaçais e tocas.
Fiz-me companheira das feras e dos répteis
E aprendi o silêncio do medo.
(A floresta escura dá medo!)
Caminhando sempre, para não parar,
Fui chegando a uma clareira aberta
E meus olhos quase cegaram sob a luz.
Ao olhar para o chão pude perceber flores ao redor,
Um campo imenso de flores coloridas, limpas, claras...
Borboletas, não falenas, cercavam-me como fosse eu flor
E o toque de suas asas me eriçava os pelos e os pensamentos.
Ao olhar para cima, pude ver o céu dourado e azul
E algo tocou a minha alma,
Que eu já julgava morta:
Uma águia, que eu, antes, só via nos galhos,
Voava na imensidão, na velocidade do vento,
E suas asas eram do tamanho do infinito.
(Seu grito ainda ecoa no meu peito!)
Naquele momento,
Notei-me no centro de um círculo de medo.
É preciso gritar! É preciso voar! Mas para onde?!
Todos os caminhos vão dar na floresta...
Fui adentrando a floresta escura e densa
Na fuga do outro eu, à busca de mim mesma: a águia.
Vou atravessar os galhos, as sombras e as copas,
Entre espinheiros, lamaçais e tocas.
Far-me-ei companheira das feras e dos répteis
E farei silêncio.
Não por medo. Por certeza:
Eu vou voar!!!