O amor platônico é a pior espécie de amor!
Quantas vezes esperei um telefonema que não veio? Um olhar especial e um toque num momento de silêncio? Quantas vezes estive lá no alto e pensei em me jogar no precipício do amor, como alguém que nunca pensa no amanhã? Como alguém que corta os pulsos por falta de perspectiva?
Chego a pensar que a ansiedade é falta de perspectiva e medo de que o amanhã não chegue nunca, por isso se quer tudo agora. O precipício talvez não seja a melhor solução e cortar os pulsos também não é!
Talvez a solução seja se jogar na arena junto dos leões e se lançar nos desafios. Quantas vezes desejei ter asas? Hoje vejo como as coisas vêm e vão, vejo como tudo vale a pena quando você está perto e o quanto gritam as palavras emanadas das tuas mãos, quando você me toca e me percorre, como um trecho de estrada infinito. Nesse momento, sinto coisas que levam ao infinito. Sinto, mas não penso em seus beijos. Sinto-os como quem bebe uma taça de vinho que está no final: devagar, como quem queira estender a vida até onde não se puder mais.
Será que você não vê que só isso vale a pena? Mãos que falam… Sentir sem pensar… Jogar-se no precipício e se descobrir com asas, no momento da queda…
Sinto, hoje, o mesmo que sempre senti. Você não vê? Sinto o mesmo de sempre e sou acordada freqüentemente pela tua lembrança. Mas você não está aqui pra ver…
Quantas vezes sonhei acordada, pensando que tinha você ao meu lado? Mas você nunca foi meu! E todas as desculpas não bastam pra explicar esse fracasso. Fracasso meu… Fracasso seu… Fracasso do amor.
Não sei se voltarei a amar como te amo, aliás, nem sei se te amo mais, tanto o meu coração se endureceu. Sei que viverei de lembrar das coisas que você nunca me deu, dos sentimentos que você nunca me fez sentir e do amor que você nunca soube compartilhar comigo.
De você, só lembranças. Nada mais.
(15/11/2006)
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