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Maricá - Itaipuaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Sou poetisa, cantora, compositora e amante das artes.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A CRENÇA EM DEUS - Beatriz Oliveira



Todos os dias eu vejo nos jornais, na TV, nas redes sociais, pessoas falando de Deus e outras pessoas falando da Sua não existência.
A maioria dos crentes, e aqui uso a palavra com letra minúscula, eis que desejo me referir a todos aqueles que acreditam em Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e seres afins, não somente aos que se apoderaram do termo como se nós outros não fôssemos Crentes somente por não frequentarmos o mesmo seguimento religioso. Assim, a maioria dos crentes segue à risca o “Ide” de Jesus, disposto em Mateus, Capítulo 16, Versículo 15: E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (João Ferreira de Almeida - Ipsis litteris). Possuindo uma absurda necessidade de empurrar goela abaixo as suas crenças pessoais a pessoas que não estão interessadas nelas, como se a “salvação” não fosse individual, eles terminam por meter os pés pelas mãos e arruinar o que gostariam de soerguer.
Penso que crer em Deus seja uma questão de senti-lo. Eu não preciso ler um livro ou ouvir a palavra de homens para saber que Deus existe. Eu vejo a existência dEle nas flores, nas águas, no poder do vento, no tremor das terras; eu o sinto na paz que me invade diante de um belo por-do-sol ou do sorriso singelo de um bebê, ou simplesmente no silêncio da segurança do meu quarto. Amar Deus é senti-lo com todo o seu corpo e toda a sua alma, independentemente de livros e templos.
Ainda há uma questão muito controversa que não me caberá aqui por muito expor, que é a manipulação paulatina do livro sagrado pelas mãos humanas, de acordo com interesses pessoais, sociais e econômicos. É óbvio que fazer mais cristãos sempre interessou ao sistema e, apesar de Crente por fé, não sou cega para ver que o “Ide” possa ter havido, sim, por lábios de Cristo, mas que possa ter sido alavancado de forma maligna pelas mãos do sistema, que alavanca coisas malignas até hoje, pelo próprio bem, a despeito da ruína do povo. O que separa não une. Quanto mais desafetos melhor!
Por outro lado, vejo os ateus, que não possuem livro sagrado em que se escorar, sustentando a mesma necessidade absurda de produzir não-crentes, baseando-se em teorias científicas ou não.
Penso que, por amor ao debate, se fazem necessárias tais considerações. Entretanto, aonde nos levarão? Se um crê letra por letra, eu creio simplesmente por crer e outro em nada crê, que diferença isso faz na minha experiência pessoal de vida? As pessoas têm muito falado em segregação racial em nosso país, mas têm deixado passar ao largo a segregação religiosa.
O governo tem criado leis para colocar os negros e pobres nas universidades públicas, mas a cultura negra não pode ser estudada nas escolas que possuem direções evangélicas, sob a alegação de prática de magia e adoração ao diabo. Páginas e páginas dos livros são puladas, os alunos, nossas crianças mestiças, porque não há branco puro nesse país, são proibidas de ler sobre a cultura da sua raça. Que tipo de inclusão social é esse? Que tipo de amor é esse?
Começo a perceber que o Deus em que eu creio é outro. O meu Deus não quer guerra por causa de terras na Palestina; não quer fome e doença na África para que alguns brancos tenham diamantes nos dedos e dinheiro demais nos bolsos; o meu Deus não quer várias denominações espalhadas por aí, com seus pastores tirando dinheiro do povo sofrido e pobre; não quer um representante legal mundial sentado num trono de ouro enquanto a Alemanha matava milhões de pessoas, enquanto crianças são vendidas para exploração sexual e o crime organizado toma conta do terceiro mundo até hoje; não quer que os homossexuais sejam espancados até a morte só porque nasceram diferentes; não quer a escravização da mulher, como ocorre em alguns países médio-orientais.
 O meu Deus quer que as pessoas sejam amadas e respeitadas, assim como o Seu Filho as amou e respeitou, com todas as características, qualidades e defeitos a elas inerentes, eis que assim por Deus concebidas e a nós concedidas. Desta feita, quem, então, as poderá julgar?
Ah, sim, os ateus não creem que há um Deus. Façam, por conseguinte, os ateus, da Ética o seu Deus. E, aqui, tomo as palavras, não de Jesus Cristo, mas de Immanuel Kant, para dizer: “Age de tal forma que tua ação possa ser considerada lei universal.” Eu sei, parece-se muito com o antigo provérbio “Não faça aos outros o que não gostaria que lhe fizessem” e é essa a ideia. Segundo Kant, ética é toda ação que pode ser repetida por todos, sem prejuízo para ninguém.
Será que nós estamos sendo suficientemente éticos, independentemente de qualquer suposta religiosidade?
Que Deus nos perdoe e Kant também.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"SABIA QUE TUDO QUE É IMAGINADO EXISTE E É E TEM? POIS É." - ESTAMIRA (Por Beatriz Oliveira)




Estamira é um documentário impressionante de Marcos Prado, e um apelo social fantástico, mas principalmente, um alerta de que na loucura também pode existir sabedoria:

"Isso aqui é um depósito dos restos. Às vezes é só resto e às vezes vem também descuido. Resto e descuido." (Falando sobre o lixão); "Miséria, não, mas as regras, sim! Economizar as coisas é maravilhoso, porque quem economiza tem."; "A culpa é... do hipócrita que joga a pedra e esconde a mão."; "Quem anda com Deus noite e dia, dia e noite na boca... largou de morrer?"; "Vocês não aprendem na escola, vocês copiam. Vocês aprendem é com as ocorrências."; "Isso aqui é escravos disfarçados de libertados. A Isabel, ela soltou eles, e não deu emprego pros escravos..."; "Deus, quem fez Deus foi os homens."; "Sabia que tudo que é imaginado existe e é e tem? Pois é."

Eu sou suspeita, porque sou espiritualista. Creio que a "normalidade" é uma condição social de "igualdade". Quem está fora dos padrões é considerado doente. Sinceramente, pra mim, alguns casos de desequilíbrio mental, senão a maioria, podem facilmente ser ocasionados por problemas psíquicos e Estamira, na minha opinião, é um desses casos. Há um momento em que ela claramente está perdida entre os mundos físico e astral, quando ela diz que o cometa e a lua não estão no alto espaço, mas somente o seu reflexo. Que na verdade eles estão aqui. Sua mente supraconsciente está em contato com a mente consciente sem nenhuma censura e ela diz, desesperada, a si mesma: "Mantenha o controle." É óbvio que os cientistas e médicos dirão que é pura loucura. 

Eu assisti ao filme por indicação de um livro chamado "Cinema e Loucura", que cita Estamira como um exemplo de esquizofrenia no cinema.

Sem medo de parecer tão louca quanto se diz que Estamira é, ouso dizer que concordo com ela: "trocadilo é hipócrita e fez os homens piores que os quadrúpedes." 

"Estamira está em todo lugar e ninguém pode viver sem Estamira! Ninguém!"

Todos devem assistir ao filme, é só clicar logo aí abaixo. Preparem-se para uma grande viagem!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PÃO E CIRCO - Beatriz Oliveira




Desde que o mundo é mundo a violência povoa a mente do homem. Veja bem, os filhos do primeiro homem criado por Deus protagonizaram o primeiro “vale-tudo” da história da humanidade com desfecho fatal. E Abel levou a pior. Caim poderá ter sido, talvez, o predecessor dos Gladiadores?
O ser humano sempre gostou de sangue. Mesmo após a chamada civilização, todas as disputas sempre foram realizadas à base da porrada. Mas esse privilégio era dos soldados e dos bandidos. E, de certa forma, continua sendo, até hoje.
Entretanto, a fim de saciar a sede do povo, e de diminuir a sua insatisfação contra os desmandos do Império, os antigos romanos criaram os espetáculos de luta entre os Gladiadores, onde, além do sangue, o povo recebia, também, pão de graça. Daí advém a expressão “Pão e Circo”.
O Gladiador era um escravo treinado para a luta. Dois Gladiadores se enfrentavam no grande Coliseu, lutando até se ferirem gravemente ou até a morte de um deles, dependendo do interesse do povo e do Imperador.
Dois homens sem perspectiva lutando entre si, sem nenhum motivo, machucando um ao outro até o sangue escorrer aos montes, com o único objetivo de divertir pessoas que gostavam de ver o sangue escorrer, mas que não podiam fazê-lo pelas próprias mãos, por ser ilegal.
O que o povo desconhecia é que manter os Gladiadores e o “pão de graça” custou caro e esse custo foi repassado ao próprio povo, em forma de impostos. Nada parecido com a política atual de entretenimento, não é? Bilhões gastos com o carnaval, estádios de futebol e “big brothers”, luta ou emagrecimento de artistas, de desconhecidos que querem se tornar artistas ou de atletas masoquistas.
A grande verdade é que vivemos hoje, ainda, como sempre vivemos, sob a influência de um sistema capaz de absolutamente tudo para lucrar, capaz de lançar mão, inclusive, de artifícios antigos mas que ainda funcionam, como em alguns países, as salas de observação da aplicação da pena de morte, em substituição aos antigos cadafalsos. Afinal, em time que está ganhando não se mexe e, além do já mencionado carnaval e dos jogos de futebol às quartas e domingos, a despeito de todo o valor que o esporte brasileiro tenha em outras áreas, o sistema conta, ainda, com as atualmente populares lutas de MMA.
Muita gente pensa que está na moda, hoje em dia, essa coisa de MMA. Pra quem não sabe, como eu não sabia até bem pouco tempo, a sigla vem do inglês Mixed Martial Arts e quer dizer Artes Marciais Mistas. O jogo consiste em dois homens lutando sobre uma estrutura octogonal, utilizando golpes e técnicas de vários tipos de artes marciais. Se você pesquisar, a Wikipédia vai dizer que o MMA teve origem no Pancrácio, a 648 D.C., evoluindo para o vale-tudo, por volta de 1930, mas a verdade é que, se levarmos em conta o seu principal objetivo, a sua origem remonta a 286 A.C., com os Gladiadores, como vimos acima.
O que me espanta não é a preferência de determinados atletas pelo referido esporte, se assim podemos chamar uma pancadaria generalizada que resulta em feridas absurdas para ambos os lados. Freud explica. Melhor no octógono que nas ruas. Embora eu ache a violência completamente absurda, mesmo que meio engessada.
O que me espanta de verdade é o fato de uma grande massa de pessoas idolatrar esse esporte, sentindo prazer em ver dois homens ferozes se atacando e se ferindo, sangrando-se, como se estivéssemos lá, naquele grande Coliseu, há séculos atrás. Como se não tivéssemos aprendido absolutamente nada em todo esse tempo de evolução. Como se ainda compuséssemos aquela horda de selvagens à busca de vingança pela nossa dor, pela nossa frustração, pela nossa impotência.
E o pior de tudo isso é ainda levarem, essas pessoas, as suas crianças para verem tamanha violência acontecer, como se não fosse muito melhor levar as crianças para ver uma exposição de arte, para soltar pipa, andar de bicicleta, ao teatro, ao cinema, ao parque, à biblioteca, ao circo, ao Horto Botânico, para viajar.
As crianças são o futuro do mundo, mas elas aprendem o que nós ensinamos. Os seres humanos que estão pelas ruas cometendo crimes foram crianças sem assistência e educação adequada. O mundo está cada vez pior e nós só sabemos reclamar das autoridades e criticar, mas não fazemos nada a respeito.
A melhoria da vida começa dentro de casa! Com a nossa postura e, principalmente, com a educação que nós damos às nossas crianças. Se a violência lá fora está desmedida, a culpa é nossa! 

terça-feira, 31 de julho de 2012

DORMIR E MORRER - Beatriz Oliveira





Dormir por força
Parece o que deve ser morrer.
Os olhos pesando,
O peito cansado,
As forças findando,
O sentimento de que uma brisa morna, preguiçosa,
Nos atravessa, desde os membros, o tórax,
Envolvendo-nos até a cabeça que luta para manter-se desperta.
Mas a mornidão invade os ventrículos, os olhos,
Os pensamentos ficam embotados
E todo o resto à volta perde o foco e a importância.
Visão dupla, dupla personalidade,
Sonhos, plenitude.
E já não há mais escape.
O corpo inerte, vibrando...
A mente se expandindo...
Para que lugar, que ser?
Dormir por drogas
Deve parecer-se com morrer.
Perder o controle sobre o simples ato de fechar os olhos.
Deitar-se e dormir.
Sim, parece-se com morrer e eu não temo.
Não temo porque alguém me disse que vou acordar.
Mas e se ele estiver errado?
Dormir será morrer
E eu não terei amado o último homem,
Dançado com ele um zouk,
Trocado com ele juras perante o Rei Sol,
Em nome de São João Batista.
Dado a ele um filho para ser amado e educado na fé de Jesus.
Visto a minha filha ser mãe,
Tornar-se adulta e dizer que me entende e ama.
Não terei, ainda, saltado de paraquedas,
Cantado para duas mil pessoas e conhecido Machu Pichu.
Nem tomado um mojito cubano em Havana,
Ao som de uma salsa quentíssima.
É bom mesmo o remédio só fazer dormir e acordar!
Caso contrário,
Toco o maior rebu no além para voltar
E fazer tudo que não deu tempo.
Deve ser gostoso morrer assim,
Sucumbindo, fluindo.
Veneno doce esse sonífero,
Me envenenando com uma doce ilusão
Que será finita na manhã.

terça-feira, 1 de maio de 2012

IMPERMANÊNCIAS - Beatriz Oliveira


E as nuvens continuam cinzas!

Apesar de todo vento, de toda chuva, de todo tempo.
Impossível esquecer as tormentas, os naufrágios,
Quando as feridas são tão profundas e as cicatrizes tão visíveis.
Colocar, de novo, o barco n’água
Significa vencer toda a inquietação e todo o medo
Colecionados pela vida inteira
E fingir uma coragem perfeita e solucionável.
Nada é perfeito e solucionável
Quando se tem conhecimento de causas e efeitos!
Todos mentem ao portarem a intrepidez incansável!
A vida cansa. Todo mundo cansa!
Tentamos colorir as flores, ouvir música pela manhã,
Ir ao cinema, viajar, amar,
Mas a impermanência da vida a torna 
Muito maior que flores, músicas, cinemas e homens.
Impermanecer é tão grande que eu preciso ser.
E preciso agora!
Enquanto o permanecer não vai embora...

sábado, 28 de abril de 2012

Consegui colocar duas crônicas num livro maravilhoso, junto com pessoas maravilhosas!!!
Não percam!!


http://www.clubedeautores.com.br/book/124645--Cronicidades

A SOLIDÃO

Música que ganhou o primeiro prêmio do Festival de Talentos do Tribunal de Justiça em 2002.


A solidão é fera,
Solidão é mais, muito mais que a dor
De uma pura mordida
Por demais voraz do leão do amor.

É rio seco que banhava a aldeia.
É brilho fosco que não mais clareia.

A solidão é água,
Solidão é ar que falta no peito
De quem desesperou
E já se afogou e ão tem mais jeito.

É rio seco que banhava a aldeia.
É brilho fosco que não mais clareia.

A solidão é selva,
Solidão é a alma de uma dupla atriz
Que encena seus desejos,
Tem fome de beijos
E não é feliz.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

AQUILES - Beatriz Oliveira



Às vezes penso que há egos e egos...
Há quem tenha ego inchado e não tenha nada! Nem percepção de si mesmo, de seu alcance, de seu poder ou de sua eventual derrota.
Aquiles é diferente. Ele tem o ego inchado , mas sabe a justa medida de cada inchaço, sabe até onde ir, sabe quando recuar. Aquiles não é escravo do ego, ao contrário, ele o domina de acordo com as circunstâncias em conluio com os seus próprios interesses.
Deve-se aclarar que ego inchado, pura e simplesmente comporta um narciso irresponsável com tesão em si próprio e impossibilitado de se comer. E que um ego inchado com a consciência de sê-lo e o domínio de suas faculdades mentais aclaradas, este comporta um grande homem, forte, preciso, inteligente, ardiloso, objetivo, perceptivo, atento, corajoso, iminente, pronto para ser o maior homem que o mundo lhe exigir ser, um homem sem amarras, sem dogmas, um... Aquiles!
Eu venero o mito Aquiles.
Oxalá houvesse aquiles entre nós atualmente...

quinta-feira, 1 de março de 2012

O AUXÍLIO RECLUSÃO - Beatriz Oliveira


A internet, como mais um dos veículos de comunicação, tem sido utilizada com muita eficácia para fins de realização de trabalhos escolares e pesquisas científicas, divulgação de vários tipos de atividades, de perfis de pessoas desaparecidas, de políticos desonestos, de literatura e, até, de direitos civis que os cidadãos desconheciam e passaram a conhecer.

Entretanto, a internet, não raro, nos induz a erros crassos. Pessoas mal intencionadas ou mesmo desinformadas, normalmente se utilizam da internet para divulgar notícias incompletas, confusas e, muitas vezes, inverídicas.

Tive o impulso de pesquisar e escrever acerca do auxílio reclusão, em especial, pois vejo que um sem número de pessoas está acreditando em notícias completamente inverossímeis publicadas e espalhadas por e-mail.

Rola por aí que os familiares de todos os presidiários, sem exceção, têm direito ao auxílio reclusão e que o valor a ser recebido seria de novecentos e quinze reais, a partir de janeiro de dois mil e doze.

Bem, quem escreveu isso, ouviu o galo cantar, mas nem sabe onde.

Primeiro, só têm direito ao benefício os dependentes do presidiário, assim elencados os cônjuges e companheiros, filhos menores de vinte e um anos ou inválidos, desde que não emancipados, pais e irmãos não emancipados ou menores de vinte e anos ou inválidos. Atente-se, entretanto que, no caso de pais e irmãos, a dependência financeira deverá ser comprovada legalmente. A dependência de uma classe elimina a dependência da classe seguinte. Isso quer dizer que, se há pais e filhos dependentes, somentes os filhos receberão, na ordem de preferência da Lei Civil.

No entanto, esses dependentes somente receberão tal benefício se o presidiário preencher o requisito de qualidade do segurado, ou seja, o indivíduo deverá estar em dia com suas contribuições mensais para a previdenciária social.

Segundo, o valor do benefício é calculado tomando-se por base os valores das contribuições do sujeito, correspondendo à média dos oitenta por cento maiores salários de contribuição desde julho de mil e novecentos e noventa e quatro, desde que mantida a condição de qualidade do segurado, já mencionada acima. Conforme a tabela apresentada pelo Governo Federal, obedecidas todas as regras acima e feito o cálculo correto, o valor máximo a ser recebido pelo dependente do segurado, a partir de janeiro de dois mil e doze, é de novecentos e quinze reais.

Eu só tenho uma pergunta: será que todos aqueles rapazes que trabalham para o tráfico, que roubam, furtam, praticam homicídios e estupros, que passam o dia inteiro soltando pipas e foguetes, vadiando pelos ônibus, agências bancárias e ruas à busca de vítimas se preocupam em contribuir com a Previdência Social? Temo que não! Aliás, eu suponho que cerca de noventa e nove por cento dos nossos presidiários não mantenham a sua qualidade do segurado.

Penso que o auxílio reclusão deva ter sido criado para um cidadão correto, cumpridor de seus deveres, daqueles cheios de ética e moral que, infelizmente, um dia, seja lá por que motivo for, perca a cabeça e cometa uma loucura. Ou para um funcionário público protegido, que cometa o peculato. Ou, quem sabe, para um político improbo que acabe no lugar onde merece.

De qualquer forma, antes de acreditar no que recebe pela internet, pesquise! Inclusive, não acredite em mim! Vá no sítio da Previdência Social e confirme tudo o que eu disse. Exerça com consciência a sua cidadania.

http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22