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Maricá - Itaipuaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Sou poetisa, cantora, compositora e amante das artes.

sábado, 30 de abril de 2011

CAPÍTULO IV DO ROMANCE DESENCONTROS (BEATRIZ OLIVEIRA)



_ Você aceita um copo de vinho?

_ Um copo?! – Motejou Heloísa. Ao que Vitor se enrubesceu.

_ Ah. Desculpe-me. Eu só estava brincando. Não quis te envergonhar. É que um homem sozinho em casa acaba nisso mesmo. Vinho se serve em taças. Mas confesso que eu prefiro tomá-lo no copo. Acho meio frescura essa coisa de talher pra isso, copo praquilo... Aliás...

Vitor interrompeu Heloísa com um beijo; doce e demorado. Ele era extremamente carinhoso, mas Heloísa estava surpresa. Durante todos esses meses ele nunca havia se insinuado, ou ela não havia percebido?!

_ Helô, será possível você nunca ter percebido o meu carinho por você? – E, antes que ela pudesse responder, ele a beijou novamente. Dessa vez, com mais ardor e apertou-a nos braços.

Heloísa estremeceu e sentiu um rubor interno, um frio na barriga... O beijo carregava carinho e insistência, deixando-a cada vez mais estarrecida e... Leve. Sua respiração tornava-se mais ofegante cada vez que a língua do rapaz escorregava para dentro de sua boca, molhando-a, sugando-a, mordendo-a. A sensação já era conhecida. Mas a intensidade era surpreendente! O homem que tinha diante de si lhe era desconhecido, já que seu doce amigo é o que lhe era familiar.

As mãos daquele estranho começaram a escorrer-lhe pelas costas e ombros. Seus dedos se emaranhavam nos cachos rubros de uma cabeça completamente tonta. Heloísa resolveu parar de analisar e se entregou aos sentimentos e sensações. Começou também a acariciar o corpo de Vitor. Percebeu na pele escura e suada pelos eriçados e uma sensibilidade assustadora. Ao tocar-lhe o corpo, Heloísa sentia espasmos de desejo movendo suas mãos. Ela gostou disso!

Vitor lhe beijou o pescoço, o ombro, o colo. Heloísa tirou, apressada a blusa cor-de-rosa e, então, podiam-se ver seus mamilos róseos. Ela tirou, também, a blusa dele, olhando-o nos olhos, enquanto lambia os lábios tensos. Vitor a puxou, devagar, pelo corredor e, assim, adentraram o quarto, jogando-se, ambos, na cama. Ele abriu a calça comprida de Heloísa e tirou-a, sem pressa, sorrindo pra ela. Beijou-lhe os pés muito brancos. Suas unhas pintadas de vermelho fizeram-no viajar por um mundo de pequenas cerejas doces, então os lambeu e sugou, com delicadeza.

Heloísa tentou levantar para beijá-lo, mas ele a impediu, com um leve toque no ombro. E baixando sua cabeça, passou a admirar a intimidade de sua amada. Vitor arfava e seus olhos brilhavam, enquanto descia a boca úmida até as coxas de Heloísa. Ele as beijou, enquanto ela soltava pequenos gemidos. Vitor beijou-lhe o sexo, a barriga, os seios, enquanto tentava lhe penetrar.

_ Devagar. Devagar. – Pediu Heloísa, com a voz trêmula e em sussurros.

Com muita paciência e docilidade, Vitor pôde sentir-se envolvido pela carne de Heloísa. E gemeu de prazer. Os dois se moveram com cuidado e tranqüilidade, embora desesperados. O respeito mútuo transformou aquele ato num momento de realização profunda e plena, onde um se fundia ao outro, através de olhares molhados que diziam: “posso?”, “pode!”, “com licença?”, “fica!”.

Heloísa despertou por volta das seis e meia. O sol já teimava na janela. Vitor dormia de bruços e ela pôde ver como seu corpo era belo. Ela nunca havia visto o corpo nu de João. E nem devia ter pensado nele agora! Vitor era mais velho, quiçá experiente. João nem devia saber aquelas coisas. Nunca teve sequer namorada! Repreendendo-se por seus pensamentos, Heloísa olhou em volta e viu um quarto de homem. Uma cama de casal, bem ampla, uma escrivaninha de mogno, como a cama, a lâmpada sem lustre, cortinas de um tecido colorido, pendente para o azul e, atrás da porta, um pôster de Marilyn Monroe nua, sobre um tecido vermelho.

_ Ela é linda, não?

Heloísa deu um salto e sorriu, respondendo:

_ Sim, ela é linda. Eu... Estava... Olhando... Tudo.

_ Pode olhar o quanto quiser, querida. Essa casa agora também é sua. – Disse Vitor, se levantando e se dirigindo à porta. – Se você quiser, eu jogo fora esse pôster e ponho um seu. Você é minha musa agora.

_ Você faria isso?

_ E porque não? Já estamos juntos há tanto tempo... Conhecemo-nos muito bem. Aliás, o que você acha de nos casarmos?

_ Como assim? – Perguntou Heloísa, estarrecida.

_ Casando, oras. Na Igreja. Vestido de noiva, flor de laranjeira... – Ele continuou, passando as mãos nos cabelos curtos e crespos.

Heloísa pulou da cama e se vestiu apressadamente, jamais havia pensado nessa possibilidade, essa proposta... Enquanto ela se movimentava rápida como uma lebre, Vitor se sentou na cama e ficou observando aquela linda mulher cujo corpo ele fora o primeiro a possuir, mas cujo coração jamais lhe pertenceria. Ele fechou os olhos e abaixou a cabeça, enquanto Heloísa saía devagar.

_ Desculpe-me. Eu preciso ir.

domingo, 24 de abril de 2011

PÁSCOA (Beatriz Oliveira)


... Que seja renascimento de caráter e de respeito.
Que ressurjam o amor, os sonhos, a fé e a esperança.
Que brotem nos corações a força, a coragem e a determinação daquele ícone por quem paramos as vidas, nessa semana, mas a quem insistimos em não seguir
..., evitando repetir seus atos mais simples.
Que seja renascimento da simplicidade e da honra, como de quando bastava a palavra de um homem para se fiar e o dinheiro não era o rei; de quando era possível se abrir as portas para um homem que pedia abrigo e, enfim, receber as bênçãos pelo bem ofertado.
Que não seja a páscoa dos ovos de chocolate!
Que seja a Páscoa dos Homens de Deus que já se cansaram do mal e estão plenamente dispostos ao bem, custe o custar!
Faça a sua parte pelo mundo e ensine as suas crinaças a fazê-lo. Com o tempo, o mundo será um lugar melhor!

"Glória a Deus nos Céus, e paz na terra aos homens de boa vontade"

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Quando (Beatriz Oliveira)


Quando o espelho será descoberto do véu?
Quando me será permitida a revelação da essência?
Quando poderei sair do porão e respirar o ar?
Quando?

sábado, 16 de abril de 2011

CHEGA DE VIOLÊNCIA!

Belo vídeo!
U2 cantando Sunday, Bloody Sunday, legendado com uma versão da música, em português, feita por Byafra, em homenagem a um Brasil que já não suporta mais tanta violência.
Imperdível!
Beijos e fiquem na paz.
Bia


sexta-feira, 15 de abril de 2011

SEM COMPANHIA (Ivor Lancellotti / Paulo Cesar Pinheiro)



Tudo o que esperei
De um grande amor
Era só juramento
Que o primeiro vento
Carregou

Outra vez tentei
Mas pouco durou
Era um golpe de sorte
Que um vento mais forte
Derrubou

E assim de quando em quando
Eu fui amando mais
Passei por ventos brandos
Passei por temporais

Agora estou num cais
Onde há uma eterna calmaria
E eu não aguento mais
Viver em paz
Sem companhia

segunda-feira, 11 de abril de 2011

André Luiz

Equilibre sua justiça,
subtraindo-lhe as inclinações
para a vingança.

domingo, 10 de abril de 2011

O GRILO (Obédio Oliveira)



Camuflado, imperceptível entre as folhas secas de um arbusto, já cansado pelos anos, cantava um grilo, uma cantiga triste: "em tudo o que desse mundo eu ouvi, cri... cri... cri...!"

Como és tolo, amado grilo! Que te vale esta tristeza à toa, disse eu, se quase toda a humanidade também creu?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

PERDÃO DE CRISTÃO VERDADEIRO (Beatriz Oliveira)

Eu gostaria de saber que Bíblia essas pessoas andam lendo... Não que eu seja muito fã dela! Mas tenho visto tanta gente fazendo besteira e se dizendo cristã, que tenho que dar uma de advogada do diabo! Até Nazistas e KKK perseguem e matam em nome de Deus! A intolerância se tornou a bandeira da humanidade.

“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta.” Mateus, 5: 23-24

De nada adianta ir à Igreja, orar e comungar com os seus “irmãos” enquanto deprecia, maltrata e fala mal dos seus irmãos.

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." Marcos, 12:31

“A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno." Tiago, 3:6

Eu me sinto realmente penalizada pelas famílias que perderam suas crianças na tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo e pelas crianças que, agora, temem ir à escola... Penso em como seria se a minha filha estivesse lá... Se eu a tivesse perdido... Penso que a segurança nesse país, bem como em outras áreas, anda bem negligenciada...

Mas penso também que há uma grande diferença entre um traficante covarde que faz “forno de microondas” e assiste, com prazer, a uma pessoa “assando” porque lhe deve dinheiro de drogas e um rapaz com indícios de esquizofrenia e fanatismo religioso, abandonado pela família, que mata crianças numa escola e se suicida, deixando um legado para animais.

Esse rapaz era doente e ignorante! Um pobre coitado que seria considerado inimputável, caso fosse julgado.

O psicólogo Alexandre Passos deu uma entrevista ao jornal do Brasil em que diz:

“O mais importante a ressaltar neste momento é que o Wellington não é apenas um monstro. Essa visão apazigua a sociedade. Todas as questões são centradas nele, mas o fato, a rigor, é que ele era um doente mental sem tratamento.”

Assusta-me ouvir as pessoas falarem que ele é um demônio sem saberem que a mãe de Wellington era esquizofrênica, que essa doença é hereditária e ele tinha fortes traços dela, embora não se tenha encontrado médicos que o tenham tratado para confirmar o diagnóstico, que o governo deveria promover o tratamento da mãe e dele, com fornecimento de medicamentos e psicoterapia, mas não o fez, nem faz, que alguém vendeu a arma do crime para ele porque o governo permite esse tipo de negociação livre, que a escola não tinha segurança suficiente para manter um homem fora de seus portões, mesmo que um ex-aluno...

Assusta-me mais ainda ouvir as pessoas que julgam se dizerem cristãs.

“Não julgueis, para que não sejais julgados.” Mateus, 7:1

Será que julgariam assim se Wellington fosse seu irmão ou filho? E se fosse você que tivesse esquizofrenia e nenhum controle sobre os seus atos?

Eu compreendo a revolta acirrada e permanente dos parentes e amigos das crianças mortas, mas assusta-me a intolerância do ser humano em geral. Não me custa a crer que, se voltássemos ao tempo das praças públicas, as mesmas se encheriam de pessoas para assistir aos enforcamentos! Aliás, atualmente, há “praças” mais modernas: as salas de testemunhas de aplicação de pena de morte por injeção letal, por exemplo.

Trecho da carta de Wellington:

“Preciso da visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.” (sic)

Então temos um trecho da Bíblia sagrada dos Cristãos:

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” Atos dos Apóstolos 17:30

Nota-se, pela missiva, que o rapaz está perdido e claramente arrependido. Dizer que Wellington vai para o inferno é cruel e anticristão!

Além do mais, Deus, o Criador, a Força Criativa, a Grande Inteligência, o Cósmico, seja lá o que for e como você quiser chamá-lo, é Único e dual! Não há outro deus ou semi-deus. Não há lugar nesse universo para um antagonista, fora de Deus. Não há outro, pois Deus em Si guarda as polaridades necessárias à formação de toda a vida. E dizer que Deus é amor, é excluir o desamor de suas qualidades e diminuir-lhe a potência. É dizer que Deus não é algo. E isso é impossível porque Deus é tudo, como Ele mesmo diz, segundo o livro sagrado dos cristãos:

“Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão.” (Dt, 32.39)

Não. Wellington não será entregue a Satanás. Sua alma está, agora, nas mãos de Deus, talvez, em preparação para as lições que terá que aprender. Em processo de despertamento, a fim de que possa perceber as experiências pelas quais passou e fez as pessoas passarem. Sua própria consciência desperta se julgará. E nisso consistirá o seu inferno particular e, quiçá, a sua missão de vida.

A lei é essa: ação e reação. De alguma forma ele passará a compreender e evoluir, livre das limitações físicas e psíquicas que o sentenciaram à morte e ao “inferno cristão”. De alguma forma ele conseguirá alcançar o propósito maior de Deus em sua criação, assim como nós todos um dia também alcançaremos.

E quem sabe, algum dia, nós possamos ser tão elevados a ponto de lhe dar o perdão de cristão verdadeiro? Porque, até agora, temos sido muito falsos!

Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados.” Mateus, 6: 14-15

Que Deus possa nos perdoar, com um perdão verdadeiro...