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Maricá - Itaipuaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Sou poetisa, cantora, compositora e amante das artes.

sábado, 21 de maio de 2011

A ÁRVORE DA SERRA (Augusto dos Anjos)

- As árvores, meu filho, não têm alma!

esta árvore me serve de empecilho…

É preciso cortá-la, pois, meu filho,

Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!

Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!

Deus pôs almas nos cedros… no junquilho…

Esta árvore, meu pai, possui minha alma!…

- Disse – e ajoelhou-se, numa rogativa:

“Não mate a árvore, pai, para que eu viva!”

E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,

O moço triste se abraçou com o tronco

E nunca mais se levantou da terra!


Assim como eu, muitos podem pensar que o belíssimo poema acima se refere a preocupação ambiental e sustentabilidade no planeta. Assim pensando eu, amei-o quando o li na exposição literária Palavra e Imagem, no Centro Cultural Rio de Janeiro dos Correios.

Procurando o texto para reler, em casa, descobri que, na realidade, o texto se refere a outra coisa...

O pai de Augusto dos Anjos teria engravidado uma sua empregada e tomou a decisão de obrigá-la a fazer um aborto. Quando Augusto soube da decisão do pai, escreveu o poema acima.

Amei-o ainda mais!!!

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