
Muitos anos se passaram…
Sinto o vento frio me gelar as asas
E o eco das ilusões provoca uma avalanche de medos.
Não posso mais cantar…
Sou um pássaro que o gelo ancorou ao chão.
Já estou coberta até o meio e nem me mover inteira posso.
Não é idade! É cansaço!
E custo a crer que poderei cavar o gelo com minhas próprias asas!
Por mais que tente, sempre me enterro mais,
Porque sempre sonho, sempre amo e o eco é grande demais,
Provocando novas avalanches.
Sei que há alguém que observa e que, do alto da torre,
Estende-me a asa quando o gelo cai.
Mas o branco da solidão gelada me cega
E corto o vento, inutilmente, tentando voar.
Meu corpo dói, minha cabeça dói e dói também
Meu coração de pássaro preso e mudo.
Choro.
E parece que as lagrimas fertilizam o gelo estéril
E, embora independente da natureza nevada,
Sinto que sou, hoje, maior do que pensei ser, ontem.
Cresce, também, em mim, uma esperança.
Talvez a maior esperança de toda a minha fria vida,
Talvez o grande motor das minhas frágeis asas,
A esperança de crescer o bastante a ponto de alcançar aquela mão
Que me aquecerá e me tornará capaz de estender as asas
Ao próximo irmão enterrado na geleira da vida,
Que só congela os tolos, mas que liberta os grandes pássaros!
Um comentário:
Oi Bia! Só hoje conseguir visitar seu blog... Adorei!
Coloquei um link do meu pra cá!
Lindos textos! Virei mais vezes.
Beijo grande
=)
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