
Cobre-me o véu aquático,
A bolha d’água cristalina
Que me envolve e que flutua.
Estou nos olhos de um lunático
Que me vê ‘inda menina,
Que me enternece e me descobre nua.
Que abriga a gruta do tesouro
E que me cobra o grande salto.
Com a espada, a bolha afago.
E sou meu próprio ancoradouro,
Detentor, ilusório, incauto.
Estremece o corpo, arrepia a pele,
A mente vaga num mundo indefinido
De pele, de alma, de evolução.
Sinto algo forte que me impele,
Faz de mim um ser destemido,
E essa força empurra minha mão.
Rasgo, lentamente, a bolha invisível,
Com fé, emoção e me avassala
A inocência desse ato incontido.
Mergulho e venço a gruta invencível!
A plenitude desse tesouro me cala
E só agora, sou o que sempre já me fora permitido.
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