
Quando em sonho, teu olhar é espuma no espalhado
Verdejante, estonteante e contundente mar de amar.
Quando em carne, é veio de esmeralda clara, misturado,
Verdeazul, que me deixa o corpo nu e a cabeça a marear.
Penso tanto em quê se passa sob as águas do alheado véu:
Quisera, quem sabe, um tantinho de amar-me a rima,
Ou, talvez, amar a mim, um pouco, e ter-me num cordel.
E ser eu a quem te doas, aquela que a teu ser sublima.
Quisera tanto, tantas coisas vãs, nesse mar que vai...
Vai em ondas que tergiversam, num riso aberto de sal
Inundando aquelas páginas de mim, entrecortando tudo.
Vai, manso, arrastando areia, pedra, sangue. Nem vê. Vai
Verdejante, sorridente, serpentino, bailando um rumo especial.
Espalha maresia, encanta, sorri um talho de fogo e vai mudo.
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