
Meu amor em nada precisou da tua contribuição.
Fez-se, traduziu-se, em si aflorou...
Foi somente meu o momento da sua criação!
Não queiras para si tomá-lo,
Como fosses soberano da tua vida e da minha.
Toma somente vinho, (e no gargalo!)
A fim de embriagar-te e entornares teu ser...
É o que eu gostaria imensamente de ver...
Tu, descendo do alto da tua arrogância,
Escorrendo os vetores, vertiginosamente, na pele,
À busca de mim, no nada, na ânsia...
Mas tal é somente para um ser maior,
Um que, talvez, somente sejas quando, de fato, o fores,
Um que saiba ser, no anseio, o deleite e o desvanecimento.
Um que morra e viva de amor e de contentamento
E receba os doces, as mãos, os beijos, as flores...
Sinto muito, amor, mas devo dizer,
Tantas coisas são difíceis quando se é pequeno!
Não me queiras, então, dar o pouco qu’inda tens,
Não pretendo tirar-te, agora, teu cumeno.
Deixo-o a cargo da vida...
Tenciono, entretanto, responsabilizar-te, anjo,
Em nada precisou da tua contribuição o meu amor!
Ao contrário, a minha dor, tu a geraste
Com o teu silêncio e a tua indiferença.
E, por mais que eu queira, não há desejo que baste
Para evitar que se irrompa e deflagre a descrença
Nos sonhos de juventude e na paz de hoje em dia.
Jovem eu não serei jamais. O tempo passou, enfim.
E, paz não haverá um só instante,
Enquanto eu não te der o que há de melhor em mim.
Um comentário:
Como sempre apaixonante Beatriz... adooooro
dê o que há de melhor a quem ama...mas que seja recíproco!
Postar um comentário