
Vem, pra ser amigo,
Dançar comigo, até o amanhecer.
Vem beijar-me a nuca,
Deixar-me maluca, depois endoidecer.
Vem ser meu menino
E, em desatino, tirar-me a fala,
Percorrer os quatro cantos do tapete da sala.
Vem virar-me os olhos
Sem culpa ou medo de se arrepender.
Vem lamber-me o vinho
E, em desalinho, sentir-se efervescer.
Vem fazer-me juras
Das mais bonitas, que eu quero acreditar,
Fala enquanto eu te convenço com o brilho do olhar.
Deixa os joguinhos de poça,
As moças vadias, as princesas vazias
E mergulha em meu lago profundo.
Nasce de novo em meus braços,
Me enche os espaços,
Me leva aonde quer
Que eu te dou meu amor de mulher.